As atividades das SSB,s são planejadas e realizadas a partir do método: ver, discernir, agir e celebrar. O caminho é dialogal, participativo, em forma de mutirões de conversa, diálogos, com descentralização da palavra e presença dos protagonistas que sofrem discriminação, preconceitos e perda de direitos.
O papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (EG) – A Alegria do Evangelho, propõe quatro princípios que deverão orientar a metodologia e a organização da 6ª Semana Social Brasileira. São eles:
O tempo é superior ao espaço (EG 222 a 225) – “Este princípio permite trabalhar a longo prazo, sem a obsessão pelos resultados imediatos. Ajuda a suportar, com paciência, situações difíceis e hostis ou as mudanças de planos que o dinamismo da realidade impõe”. Na realização da SSB deve haver sempre a preocupação com a qualidade dos processos, envolver as pessoas e organizações, consultar e formar novas lideranças. Um dos pontos fundamentais é não falar sobre a situação dos grupos que se encontram em vulnerabilidade social, mas garantir a presença das pessoas e garantir seu lugar de fala.
A unidade prevalece sobre o conflito (EG 226 a 230) – “O conflito não pode ser ignorado ou dissimulado; deve ser aceito. Mas, se ficamos encurralados nele, perdemos a perspectiva, os horizontes reduzem-se e a própria realidade fica fragmentada. Quando paramos na conjuntura conflitual, perdemos o sentido da unidade profunda da realidade”. A SSB se propõe, seguindo a proposta da EG, em seguir uma das formas de enfrentar o conflito que é: “aceitar suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um, novo processo”. Desta forma, torna-se possível desenvolver uma comunhão nas diferenças. “Felizes os pacificadores” (Mt 5, 9)!
A realidade é mais importante do que a ideia (EG 231 a 233) – “Existe também uma tensão bipolar entre a ideia e a realidade: a realidade simplesmente é, a ideia elabora-se. Entre as duas, deve estabelecer-se um diálogo constante, evitando que a ideia acabe por separar-se da realidade. É perigoso viver no reino só da palavra, da imagem, do sofisma”. É preciso considerar o que as pessoas que participam do Mutirão da SSB estão buscando, por mais que esteja “tudo pronto”. Faz-se aprimorar a capacidade de adaptar às necessidades concretas que as pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica apresentam nos mutirões.
O todo é superior à parte (EG 234 a 237) – “Entre a globalização e a localização também se gera uma tensão. É preciso prestar atenção à dimensão global para não cair numa mesquinha quotidianidade. Ao mesmo tempo convém não perder de vista o que é local, que nos faz caminhar com os pés por terra”. As ações locais são fundamentais para transformação social, mas devem estar conectadas a uma estratégia geral: apontar para uma nova sociedade. É importante esclarecer quais são os objetivos de cada ação que será desenvolvida e “gastar tempo” explicando os fundamentos e argumentos. Para enfrentar o fundamentalismo que prospera na sociedade é preciso resiliência e capacidade de escuta para compreender os questionamentos e buscar junto respostas para superar a confusão de ideias e a intolerância.