SSB
20/07/2021

Equipe executiva e multiplicadores da 6ª Semana Social Brasileira se reúnem para avaliação e traçar novos horizontes no processo da 6ª Semana Social Brasileira

Participantes da reunião de avaliação e preparação Seminário Nacional de lançamento do conteúdo programático do Projeto Popular para o Brasil

Por Osnilda Lima | 6ªSSB

Na última quinta-feira (15), a equipe executiva da 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB) e as lideranças multiplicadoras da SSB nos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reuniram para avançar na reflexão sobre os caminhos a serem percorridos, avaliar os processos e pensar o Seminário Nacional de lançamento do conteúdo programático do Projeto Popular para o Brasil, em outubro deste ano.

No encontro, on-line, dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransfomadora da CNBB, lembrou que o objetivo da 6ª SSB é estimular e mobilizar pessoas de boa vontade, igrejas, movimentos populares e a sociedade brasileira para o envolvimento no processo sociopolítico do país, por meio dos Mutirões pela Vida. “Para nós é muito importante percebermos a 6ª Semana Social Brasileira como um processo de diálogo, diante dos grandes desafios que estamos enfrentando em decorrência da pandemia, no campo politico com as retiradas de direitos, tudo isso nos leva a estar nesta mobilização”, recordou o bispo.  

Dom Valdeci, também ressaltou a importância de reconhecer e valorizar as potencialidades da resistência popular das comunidades, dos movimentos, bem como a necessidade de sistematização do processo percorrido nestes 30 anos de Semanas Sociais no Brasil, para a construção do projeto popular. “Retomar esta caminhada, nesta perspectiva de como trilhar o nosso caminho até 2023, rumo ao projeto popular que todos sonhamos, e não sonhamos só, sonhamos juntos”, reforçou o bispo.

Alessandra Miranda, secretária executiva da 6ª SSB, lembrou que os Mutirões pela Vida, que em 2019 foram pensados para ocorrem de forma presencial, tiveram de ser adaptados para o formato on-line, mas que talvez agora já se possa pensar num formato híbrido, a partir de outubro. “A 6ª SSB vai entrando em um novo ciclo. A pandemia nos colocou apenas nas atividades virtuais, agora a gente começa a pensar como fazer essa transição, enquanto ação metodológica e, sobretudo, articular e mobilizar para o projeto popular”.

No decorrer do encontro foi avaliado, examinado e criticado os processos realizados até aqui, na construção da 6ª Semana Social Brasileira. “Gosto muito da autocritica, a crítica dos processos. Foram muito boas as interlocuções que conseguimos construir aqui”, enfatizou Alessandra. Ela também afirmou e se questionou: “A 6ª SSB se materializa nas pessoas, nos nossos corpos. Voltemos a olhar sempre para essa dinâmica, para compreendermos que a SSB não é uma entidade a parte. Ela não é fora, mas ela se materializa em nós, em nossa prática. E é esse chegar que vai dizer aonde a gente alcança, aonde a gente encanta, aonde a gente afasta. Penso, como chego com a 6ªSSB onde atuo ? Estamos incluindo, agregando ou excluindo? Estou conseguindo fazer esse envolvimento nas bases? A SSB, somos nós! Então, como articular os nossos regionais, as pastorais sociais e estabelecer o diálogo com os movimentos populares? Como fortalecer a partir do contexto, a partir dos desafios que estamos, e trazer esse debate para dentro? Como somar forças com a propostas que já estão em curso no Brasil, puxadas pelos movimentos populares, grupos ? Como engrossar às fileiras em movimento e dialogar com que já está acontecendo ? Estamos na fase do enraizamento”, reforçou Alessandra.

Frei Olavio Dotto, assessor da Comissão Sociotransformadora, lembra que a 6ª Semana Social Brasileira não é uma atividade a ser realizada nas dioceses, nas paróquias. Não é um evento! “Precisamos pensá-la como um grande processo de rearticulação, de fortalecimento das pastorais sociais, de profetismo da Igreja, da abertura, de diálogo com os movimentos populares. A Semana Social quer ajudar num processo de transformação social, de fortalecimento dos processos democráticos. Isso passa por um projeto popular para o Brasil”, enfatizou Dotto.

Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul Brasil, observou as mobilizações que as atividades da 6ª SSB vêm construindo nos 18 regionais da CNBB e outros espaços. De acordo com Sandra isso tem animando a ação nos territórios. Contudo, enfatiza: “Estamos entrando num momento decisivo do processo que vem sendo construindo ao longo desses dois anos. Estamos num ponto de inflexão. E temos ouvido, refletido e discutido em torno das saídas políticas, dessa terrível crise que estamos vivendo no Brasil, uma crise institucional, uma crise sanitária, uma crise politica, uma crise de representação, uma crise de utopias, uma crise ambiental. Estamos vivendo uma multidimensionalidade das crises”, rememorou Sandra. Ela enfatiza, ainda, ser necessário apontar um futuro, que trace esperança, que aponte saídas. “Que o seminário de outubro possa ser um pontapé inicial desse processo de discussão de aprofundar, de enraizar o projeto popular para o Brasil”, recomendou.

Em breve, as deliberações da reunião e encaminhamentos para o seminário de outubro serão compartilhados.