A Revista “Casa Comum” e o Relatório da “Missão-escuta, missão-denúncia: Mutirão pela vida dos povos do Maranhão e enfrentamento à violência no Campo” integraram a noite do segundo dia do Seminário Nacional “O Brasil que temos” que segue até hoje, dia 04
Por padre Tiago Barbosa | Especial 6ª Semana Social Brasileira
A noite de ontem, dia 03, última do Seminário Nacional “O Brasil que temos” contou com dois lançamentos que vão ao encontro dos processos propostos desde 2019 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por meio da 6ª Semana Social Brasileira (SSB).
No primeiro momento, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) lançou a Revista “Casa Comum”. O impresso, que também contém conteúdo digital, “quer ser um espaço de diálogo aberto junto ao mundo de excluídos que clamam por visibilidade”, explicou Fábio Paes, membro da iniciativa. “Queremos dar início num projeto de construção de diálogo em trazer sonhos e manifestações, pois a Revista tem como objetivo principal responder o contexto do Brasil que temos e conhecemos”, finalizou.
Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB, juntamente com a secretária-executiva do Regional Nordeste 5, que compreende o Estado do Maranhão, Martha Bispo, e com Alessandra Miranda, secretária-executiva da 6ª SSB, apresentaram o Documento-Denúncia, fruto da “Missão-escuta, missão-denúncia: Mutirão pela vida dos povos do Maranhão e enfrentamento à violência no Campo”, realizada de 20 a 25 de junho de 2020.
As cidades maranhenses de Arari, Brejo, Buriti, Caxias, São João Soter e São Luís foram visitadas pela equipe da Missão. Em síntese, 35 comunidades acolheram a iniciativa que também é um desdobramento da 6ª SSB. Após a ação, dinamizada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB, foram constatados 14 assassinatos de lideranças e mais de 30 mil famílias quilombolas e de comunidades tradicionais ameaçadas em seus territórios.
“As palavras não são suficientes para expressar tudo o que vivemos nesta missão”, disse Alessandra ao ressaltar que os dramas familiares maranhenses são muito fortes e que a Missão foi importante para a proximidade e solidariedade eclesial para com as comunidades que sofrem as consequências das mortes e ameaças, realizadas pelos diversos poderes dominantes locais.
O bispo, que acompanhou todas as visitas, concluiu que, a partir das esperanças vivenciadas frente aos medos da realidade social destacada, “o Brasil que nós queremos já está acontecendo em tantos lugares. Precisamos, agora, nos unir para que todas as pessoas tenham vida de dignidade”, frisou Dom José Valdeci, que ainda explicou que a experiência das Missão, à luz da 6ª SSB, “é ser solidária, ao lado das pastorais sociais e movimentos populares, com as pessoas que sofrem e que buscam a retomada de direitos básicos, de território e de dignidade”.
O Seminário Nacional “O Brasil que temos” será concluído hoje, 04.