Tarde de reflexão destacou o momento eclesial com indicações para a superação do flagelo da fome no cenário social. “A fome é uma violência silenciosa. Por isso, queremos ver a realidade, compreendendo-a à luz do Evangelho”, realçou dom Joel Portella Amado, secretário geral da CNBB
Por padre Tiago Barbosa | Regional Sul 1 da CNBB
Fotos: Nívea Martins | Cáritas Brasileira
“A Campanha da Fraternidade é o modo brasileiro de celebrar a Quaresma. Ela não esgota a Quaresma. Dá-lhe, porém, o tom, mostrando, a partir de uma situação bem específica, o que o pecado pode fazer quando não o enfrentamos”, com estas palavras, retiradas do Texto-Base da Campanha da Fraternidade (CF) 2023, o Seminário Nacional “O Brasil que temos” refletiu a temática “Fraternidade e Fome” com seu lema “Dai-lhes vós mesmos de comer! (Mt 14, 16).
O encontro, que teve seu início ontem, dia primeiro de março, e se estende até amanhã, dia 3, reúne na Casa de Encontros Dom Luciano Mendes de Almeida, no Distrito Federal, agentes de pastoral e membros de movimentos populares que integram o itinerário da 6ª Semana Social Brasileira (SSB).
Com o tema “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho”, e integrada à Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotrasnformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desde 2020, a 6ª SSB articula, em todo país, forças pastorais, populares e intelectuais para debater questões sócio-políticas e econômicas relevantes à realidade e traçar perspectivas permanentes para a transformação da sociedade.
Flagelo da fome
A tarde de hoje, dia 2, foi marcada pelo aprofundamento da CF 2023 que vai ao encontro dos esforços das 6ª SSB que, em seu caminho formativo, busca a conscientização popular em torno dos desafios da atual sociedade brasileira.
O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, ressaltou aos participantes que a Campanha da Fraternidade é o jeito brasileiro de viver a Quaresma.
Ao indicar que, anualmente, o tema da CF parte sempre de uma angústia social, o secretário geral da CNBB afirmou que “a fome é uma violência silenciosa. Por isso, queremos ver a realidade, compreendendo-a à luz do Evangelho”, disse. Dom Joel ressaltou que a fome não é questão de números e estatísticas, mas de irmãs e irmãos que passam necessidades, por isso, pediu o engajamento dos participantes na oração, reflexão e atuação no combate à fome.
Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, também participou da reflexão dedicada à CF e observou que o tema de 2023 chega num momento importante quando o flagelo da fome assola a sociedade brasileira. “Com os esforços da Campanha da Fraternidade, a Igreja assume um papel essencial na reconstrução do nosso país! ”, encerrou.
“Precisamos nos empenhar para que tenhamos uma sociedade mais justa e solidária. Nossas pastorais, organismos e movimentos populares contribuem muito neste engajamento em busca de políticas públicas permanentes em favor da vida integral das pessoas, sem fome: é esse um dos vários caminhos que a CF nos aponta! ”, indicou dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotrasnformadora, que organiza o encontro.