As conquistas populares brasileiras constituíram o início da agenda da tarde, do dia 20, durante o encerramento do processo da 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB) que se estende até a próxima sexta-feira, dia 22, na Casa de Encontros Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília–DF.
Texto Pe. Tiago Barbosa, Pascom Sul 1 da CNBB e 6ªSSB
Fotos Nívea Martins, CáritasBr e 6ªSSB
Uma roda de diálogo, mediada por Wanessa Freire Almeida, Secretária Nacional da Pastoral da Juventude (PJ), congregou José Antônio Moroni, do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômico (Inesc) e da plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político; Sandra Quintela, economista e educadora popular, também da coordenação da rede Jubileu Sul, do Grito dos Excluídos e Excluídas e 6ª SSB, e presidenta do Instituto de Políticas alternativas pra o cone sul (Pacs); e Rud Rafael, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e integrante da Frente Povo Sem Medo.
Apresentando os desafios, num olhar histórico, José Antônio abriu a roda de conversa evidenciando a dificuldade do diálogo político diante do fundamentalismo religioso instaurado na atualidade. “São estratégias que precisamos construir a partir do coletivo”, disse ao afirmar que o processo de Mutirão proposto pela SSB trata-se de um caminho seguro.
Em seguida, Rud destacou que o “Mutirão pela Vida – por Terra, Teto e Trabalho”, tema da 6ª SSB, é oportuno em 2024, 60 anos após a Ditadura Militar Brasileira. Ele lembrou que o absolutismo político, instaurado pela ditadura e que feriu a democracia, nasceu no contexto de conquistas populares e que as comunidades devem ficar atentas a discursos que, muitas vezes, recuperam ideais arbitrários.
De modo positivo, ele afirmou que “os movimentos sociais são respostas às crises econômicas, frutos da negação e da violação do direito ao teto e à terra”, manifestou a importância de inúmeras inovações políticas realizadas por processos e mobilizações de cunho popular e elencou os benefícios à sociedade e à classe trabalhadora, sobretudo no espaço urbano, que podem ser angariados pela movimentação comunitária.
Os 21 anos do início da Guerra do Iraque, completados hoje, foram abordados pela economista e educadora Sandra, que citou os “inúmeros ataques sem motivos que alimentam a indústria de guerra” crescente nas últimas décadas. Ela explicou o que intitulou de ‘retrocesso político contra a humanidade que dissipa vidas por meio de violências e massacres’.
Sandra, além de comentar que pauta armamentista utilizada de forma positiva é crescente entre as pessoas, sobretudo nos discursos políticos, e isso deve ser observado com criticidade pelos movimentos populares, também indicou sobre a concentração cada vez maior da riqueza em poucas mãos.
Experiências concretas do bem viver dos povos farão parte da agenda do evento no final da tarde de hoje.