Para o professor Robson Souza, é preciso superar a visão que criminaliza a política, o público e o coletivo, enquanto se hiper valoriza a perspectiva individualista da vida. Nesse sentido, retomar a discussão política é um passo fundamental

Professor Robson Sávio de Souza: "nunca tivemos um Congresso tão ruim" (foto: Arquivo pessoal)

Por Luís Henrique Marques | Agência Signis

O convidado para a quarta entrevista da série sobre as Eleições 2022 e o contexto político atual do Brasil, uma iniciativa a Agência de Notícias SIGNIS, é Robson Sávio Reis Souza. Ele é professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas) onde leciona disciplinas do Departamento de Ciências da Religião e coordena o Núcleo de Estudos Sociopolíticos, grupo responsável pela Escola de Formação Política Casa Comum, dedicada à formação política de cristãos humanistas, e por uma assessoria de monitoramento dos poderes públicos. Como docente universitário, Robson Souza atua ainda na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia da capital mineira. Ele faz parte também do Grupo de Análise de Conjuntura Política da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Observatório de Comunicação Religiosa, mantido pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e Comissão Brasileira Justiça e Paz. Na Arquidiocese de Belo Horizonte, Robson Souza integra o Conselho Pastoral Arquidiocesano. Ele preside ainda o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais, área em que acumula uma significativa experiência.

O professor Robson Souza apresentou suas reflexões a respeito de algumas questões fundamentais que dizem respeito ao processo eleitoral e ao atual momento político brasileiro. Vamos à entrevista:

Qual avaliação você faz do atual panorama político-partidário brasileiro?

Eu ando muito preocupado com tudo que tem acontecido no Brasil nos últimos tempos. Nós estamos ainda vivendo um rescaldo de um grande projeto de criminalização da política. A política institucional e partidária passou a ser colocada como algo ruim, perverso, ligado à questão da corrupção. Esse discurso de criminalização da política é muito perverso nas democracias, porque afasta boa parte dos cidadãos desse campo importante que é o da participação política. Nas democracias representativas, a base se dá na representação e essa se faz por meio de partidos que têm cosmovisões, que devem colocar em disputa essas visões de mundo como instituições legítimas dentro da sociedade. Nas últimas eleições, por exemplo, vimos o número de votos brancos, nulos e de indecisos ultrapassaram 30% do total, o que representam pessoas que, deliberadamente, lavaram as mãos. Mas há outro efeito perverso: o desdém que as pessoas têm na escolha dos seus representantes.

Nesse sentido, como você avalia o Congresso Nacional brasileiro, hoje?

Eu diria que nós nunca tivemos um Congresso Nacional tão ruim com esse que nós temos hoje no Brasil. É um Congresso que está todo fatiado por grupos de interesse e a maioria desses grupos atua contra o Estado, contra o patrimônio público, contra o interesse coletivo. São interesses, inclusive, de grupos religiosos, muitos deles fundamentalistas; são interesses de latifundiários, madeireiros, mineradores, grupos de mídia, bancadas que patrocinam todo tipo de lobby: bancada das armas, do agronegócio... Se hoje você fizer uma radiografia do Congresso brasileiro, poucos são os parlamentares que têm, de fato, compromisso com causas populares. Muitos eleitos no campo eclesial, entram na política com um discurso religioso, mas quando fazemos um monitoramento, esses estão totalmente descolados de uma ética religiosa, inclusive cristã. Uma coisa terrível! Esse processo o vemos replicado nas câmaras de vereadores e nas assembleias legislativas. A criminalização da política faz com que o cidadão escolha as figuras entre as mais esdrúxulas para ocupar, por exemplo, os parlamentos. Além disso, há um desdém em relação a outras figuras do Executivo; um descompromisso em monitorar e acompanhar aqueles que são eleitos; uma relação pragmática com a política: “se eu ganho alguma coisa, que favorece a mim e à minha família, eu voto; se eu não ganho, não estou nem aí com as causas coletivas”. Isso realmente degradou muito o Brasil nos últimos anos. Depois da Constituição de 1988, acho que vivemos o processo político dos mais complicados, inclusive com a assunção de um governo de extrema-direita, que em boa medida contou com parte de amplos setores do cristianismo, com um discurso fascista, utilizando lemas como “Deus, família e pátria” (lemas utilizados em outros momentos tristes da História), mas como trabalham o elemento religioso, acabam tendo um discurso que cativa determinados segmentos. Alguns desses grupos religiosos são conservadores. Outros, mais do que conservadores, são fundamentalistas, que têm uma imensa inserção em redes sociais e que não têm nenhum limite em usar o nome de Deus e a própria religião para conquistar seus objetivos.

Diante desse quadro, o que esperar do processo eleitoral deste ano?

Eu realmente vejo um cenário complexo e acho, inclusive, salvo melhor juízo, que nós teremos uma das eleições mais violentas da história da redemocratização, de violência real e simbólica. Há sinais de grupos políticos que não somente têm afrontado as instituições democráticas com toda clareza, como têm propagado aos quatro ventos que não respeitarão os resultados das urnas se esses não lhes interessarem. Uma união muito perversa entre a cruz e a espada, entre os setores do militarismo e a religião para sinalizar, digamos assim, uma espécie de superioridade de força moral. Enfim, tudo isso é um cenário que me preocupa bastante.

Sob a justificativa de se evitar o conflito, há quem prefira optar por uma posição neutra no campo da política partidária. O que você pensa sobre isso?

É preciso se dizer que em política não existe posição neutra. A não posição é uma posição. Ou seja, aquelas pessoas que dizem que são neutras e que não fazem nada, estão coniventes ou corroboram com tudo o que está aí. Então, o primeiro discurso que não cabe em disputas partidárias eleitorais é o discurso da neutralidade, porque a omissão é uma maneira de manter a coisa como ela está. Isso é muito importante no campo religioso, porque às vezes se prega uma espécie de, digamos assim, postura neutra ou higiênica, como se os cristãos fossem apartados desse mundo e como se o mundo da política sendo sujo, não pudesse ser permeado por uma ética cristã. Deveria ser justamente o contrário: a ética cristã é que deveria fecundar mentes e corações para transformar o mundo público e não se afastar dele. O papa Franciso e tantos outros dizem que a forma mais nobre do exercício da caridade e da fraternidade é o exercício da política, quando ela é feita voltada para o bem comum.

Mas, afinal, não há nenhum sinal de esperança?

Claro que, como cristão, eu tenho que ter esperança. Mas aqui não é a esperança de esperar, de ficar imóvel, criticando, me afastando. É uma esperança de esperançar, ou seja, de construir e de ver as possibilidades de construção de saídas para situações tão dramáticas como a que nós estamos vivendo: o aumento muito grande da miséria, da fome, do desemprego, da desesperança, de uma cultura do ódio e do desamor. Eu vejo, por exemplo, que essa pandemia, por incrível que pareça, por piores que tenham sido algumas posturas de governantes, foi justamente no seio da sociedade, das pequenas comunidades, das comunidades periféricas no interior – inclusive, muito disso fecundado pelo espírito religioso, o espírito de uma coesão religiosa -, que nós vimos como que a solidariedade, a partilha, a ajuda e o bem comum se concretizaram em atos de ação solidária para o enfrentamento dessas situações tão perversas que o povo brasileiro viveu nos últimos anos. Depois, nós também temos observado nos últimos anos no Brasil um ressurgimento de grupos identitários que estão muito preocupados em vocalizar no espaço público aquilo que é fruto, muitas vezes, de políticas que criminalizam e perseguem esses segmentos. O problema dos grupos identitários é que muitas vezes alguns deles radicalizam o discurso e dificultam uma união do conjunto. Mas, por outro lado, os grupos identitários mostram a importância de que negros, quilombolas, indígenas, mulheres, a comunidade LGBT, numa sociedade democrática e cristã, precisam ser ouvidos e reconhecidos e não podem ser criminalizados e sufocados. Esses grupos foram muito importantes na cena política do Brasil nos últimos tempos, mostrando que a sociedade civil está viva e presente nessas questões. Então, quando eu junto uma série de fatores que consegui perceber na pandemia, que foi justamente essa resistência de movimentos populares, movimentos sociais, movimentos eclesiais, grupos sindicais que se uniram em defesa da saúde pública, nos momentos de calamidade pública, no momento da fome, atuando quando o Estado era ausente, eu vejo que sim, há uma série de sinais de esperança na sociedade. E nesses últimos tempos, tenho visto – inclusive nas redes sociais que, muitas vezes, é um espaço muito marcado por discursos de ódio e radicalização – que as pessoas estão se posicionando diante dessas situações geradoras de morte.  Diante dessa “necropolítica” que valoriza todo sinal de morte e distribuição do meio ambiente, dos povos tradicionais, das causas populares, vários grupos têm sido sinais de resistência. Muitos deles, inclusive, estão voltados para um discurso que é muito claro e que corresponde a uma sociedade que é fecundada pelos ideais do cristianismo, como a fraternidade, direitos humanos, dignidade humana, paz e solidariedade. Afinal, apesar desse cenário meio caótico, desse mundo de crise e crises múltiplas, nós temos sim, por parte de muitos setores e de muitos atores sociais, sinais de esperança e de resistência para o enfrentamento de todo esse quadro.

A ação desses movimentos da sociedade civil organizada ou de caráter religioso consegue atingir a população em geral que não tem qualquer militância? Como você avalia isso? No caso específico da Igreja, falta a ela voltar a um maior trabalho de conscientização política na sua base?

De fato, uma das coisas importantes para a consolidação de qualquer democracia é o nível de politização da sociedade. Eu me refiro ao nível de participação da sociedade na vida pública, daquilo que é de interesse público, em defesa desse interesse. Por exemplo: saúde e educação pública, aposentadoria, condições de trabalho, aqueles que são os elementos propiciadores da dignidade humana. Nós vivemos um momento que não acontece somente no Brasil, mas no mundo, no qual há uma ideologia muito voltada para ideia de satisfação individual e privada em detrimento de tudo aquilo que é público e coletivo. Isso, inclusive, contamina muito a perspectiva religiosa. Hoje, por exemplo, há o que chamamos Teologia da Prosperidade que é uma ideia segundo a qual Deus, de alguma forma, abençoe a mim e a minha família, nos dando bens materiais; que se eu estou bem materialmente, não tenho que me importar com os outros que estão numa situação de sofrimento e penúria. Esse discurso é tão sedutor numa sociedade desigual e hiper individualista como a nossa que acaba entrando nas Igrejas e seduzindo as pessoas.

O interesse público está em risco...

De fato, esse é um momento muito importante que nós vivemos, porque aquilo que é o conhecimento e interesse público, aquilo que tem a ver com o Estado, é muito criminalizado. Voltando ao tema da criminalização da política: parece que tudo que é público é ruim e tudo o que é privado é bom. Porém, na verdade, nós vivemos numa sociedade tão estratificada e desigual que pouquíssimos têm muito e têm mais do que o suficiente; a maioria não tem nada e sonha por uma felicidade que é ter as coisas, porém vive sem conseguir alcançar isso porque não há meios adequados para tanto. Um exemplo concreto: hoje, está na moda ser um microempresário empreendedor individual (MEI), por conta da palavra empreendedorismo. Esse é um sujeito que está sozinho no mercado, que não tem férias, aposentadoria. Ele não tem absolutamente nada. Tudo depende daquilo que ele gera de renda. Mas ele cria uma ideia de como se ele fosse uma pessoa jurídica, uma empresa. Na verdade, ele não conta com nenhuma proteção social e é seduzido por esse discurso de sucesso individual.

O que cabe às religiões no enfrentamento dessa cultura individualista?

Isso é um desafio para as religiões, porque elas trabalham sempre com a perspectiva comunitária. Ecclesia é a comunidade dos que creem, dos que partilham e vivem dos mesmos ideais. Um enfrentamento político que as Igrejas cristãs precisam fazer é justamente contra esse sentimento do hiper individualismo. Precisam fomentar a consciência, sobretudo em sociedades altamente desiguais como a nossa, de que somente com a recomposição do espírito e interesse público é que nós poderemos ter sociedades que defendem o sistema público de saúde, de educação, de assistência social, de emprego e renda etc. É isso que vai garantir a dignidade e a inserção das pessoas nessa sociedade tão desigual e tão marcada por essa cultura individualista.

Quem você evidencia já caminhar contra essa cultura em favor do individualismo?

Eu penso que, de alguma forma, há muitos grupos que agem contra essa onda majoritária: pequenas cooperativas, cooperativas na cidade e no campo, de todas as formas, grupos de geração de emprego e renda que se organizam, pequenas comunidades solidárias que criam possibilidades de autossutentabilidade por meio de práticas que não estão dentro dessa lógica. Por outro lado, isso demanda consciência política. Acontece que essa consciência não se forma da noite para o dia. Ela tem a ver com investimento em gerações. Nesse sentido, todos nós – os partidos políticos, as instituições responsáveis pela sociedade – precisamos fazer uma autocrítica que talvez todos, uns com mais outros com menos intensidade, caimos nesses discursos da criminalização da política, do individualismo que resolve todos os problemas, e que criaram essa sociedade altamente competitiva, mais desigual ainda, muito violenta, na qual o interesse privado parece prevalecer. Retomar isso é uma tarefa de todos nós. Acho que as eleições podem ser, de alguma forma, o centro articulador dessas experiências contra-majoritárias, que mostram esse lado público e coletivo. Mas esse é um processo longo.

O conceito de sinodalidade que o papa Francisco tem evidenciado parece ir ao encontro dessa consciência em favor do público e do coletivo. O que você pensa sobre isso?

Esse é um conceito fundamental. Apesar de ser conhecido de alguma forma na experiência e na ética cristã, é revolucionário. Revolucionário na perspectiva do que foi São Francisco de Assis. Por quê? Porque sinodalidade, no meu entendimento, parte do seguinte princípio: o que nos faz cidadãos eclesiais, membros de uma Igreja, o que faz com que sejamos parte dessa comunidade é o sacramento do Batismo. O Batismo nos coloca numa mesma condição: todos nós temos a mesma responsabilidade por essa comunidade dos que creem. Isso que nos caracteriza como Igreja. Esse conceito é muito importante, porque ele trabalha de alguma forma, trazendo para o campo civil e da democracia, a ideia de uma participação, mas de uma participação em que toda a hierarquia é colocada como serviço e não como poder. Se nós aplicamos esse conceito nas relações sociais, isso faz com que a sociedade seja mais democrática, mais participativa e que a Igreja seja mais sinodal no sentido de que os cristãos, que são caracterizados pelo mesmo dom que é o Batismo, vivem uma vida eclesial sem distinções. Aqui, onde há eventualmente um ministério, esse é serviço e nunca poder. Nesse sentido, é revolucionário. É claro que podemos fazer uma aplicação do conceito de participação e democracia no campo civil, isto é, uma sociedade mais democrática, mais participativa, mais igualitária.

Voltando à questão das eleições. O processo eleitoral deve ser sempre um momento de debate, mas isso parece intimidar muitas pessoas em função de um histórico recente de polarização agressiva. Como tornar esse processo de debate viável?

O debate é o cerne da política. Não há política sem debate, porque ela tem a ver com a defesa e a discussão sobre cosmovisões diferentes da sociedade. Desde a Grécia Antiga, lá em Atenas, quando se começou pensar em república e em democracia, como era a vida da cidade? Os cidadãos iam para a praça pública para discutir exaustivamente um tema. Todos participavam das discussões, chegavam a um consenso e esse consenso era assumido coletivamente. É uma ilusão pensar o mundo da política sem o confronto de ideias, pensamentos e visões de mundo. Esse confronto é muito salutar, porque justamente quando há visões de mundo diferentes é que você pode discutir quais são as melhores políticas para resolver os dilemas da sociedade. Qual é o problema? O problema é quando o diálogo é interrompido pela violência. Essa violência pode ser simbólica, ou seja, quando os grupos que querem vocalizar as suas demandas não são ouvidos; quando há uma imposição, seja pelo poder político, econômico ou das armas; quando o outro é considerado inimigo e criminalizado, inclusive no sentido de, no limite, ser eliminado, porque hoje o debate chega a esse nível. É um “nós” versus “eles”.

Aqui também a religião tem a sua responsabilidade...

Sim! De fato, isso se dá a propósito com um discurso maniqueísta de base um pouco cristã - o bem contra o mal -, como se fosse uma luta eterna, entre “nós” que somos do bem e de Deus e os outros que nós nomeamos como sendo do mal e que, no limite, devem ser eliminados. Nessas condições, não há política; há a preponderância da violência que se dá por meio de alguma força. Essa força pode ser do poder econômico, político, militar e eventualmente até do poder religioso, quando ele é incapaz de perceber a diversidade dos discursos e se impor. Por isso há as teocracias no mundo afora. Então, veja bem: o discurso é a base da política; agora, ele supõe capacidade de falar, de expressar as ideias e de ser ouvido, entender de que ninguém é dono da verdade e de que, para o bem da sociedade, há que se buscar consensos, pontos em comum e que é justamente na discussão saudável e respeitosa das ideias é que construímos caminhos para superar os grandes dilemas nacionais. Não é na base da violência discursiva. Isso tem que ficar claro para as pessoas, porque nós temos que vencer essa ideia equivocada de que discutir é ruim. Não! Discutir é muito bom para conhecer as coisas, os pensamentos e se chegar às conclusões. O que não se pode é transformar a discussão em uma imposição de um lado contra o outro, ou de determinados grupos sobre outros, porque isso não é discussão. Isso é uma violência que se impõe sobre o outro. Qual é o meu medo? Com o nível de radicalização que nós temos, toda a discussão seja impedida por discursos violentos, impositivos e que esses degringolem em outros tipos de violência como cerceamento dos grupos, perseguição, a utilização de elementos religiosos (o “nós que somos de Deus” contra os outros) e, obviamente, nesse ambiente não é possível se chegar a nenhum consenso. O que acaba prevalecendo é a violência.

À parte os limites impostos à discussão saudável, o fato é o que cidadão tem que votar. Nesse caso, o que é importante lembrar sempre a esse cidadão que ele deve levar em conta no momento da escolha dos seus candidatos?

Existem algumas regrinhas que não são receita de bolo, mas ajudam as pessoas a pensarem. Em primeiro lugar: participe da vida política. A primeira vítima daquele que não participa é justamente a comunidade dele e a própria pessoa. Segundo: vote em pessoas que você conhece. É importante conhecer a história do candidato, seu passado e seus compromissos. Não vote em celebridade! Não vote em pessoas que utilizam o nome de Deus como cabo eleitoral! Não vote em pessoas que prometem coisas que elas não podem realizar! Um deputado que promete coisas que são de competência do poder executivo está te enganando. Alguém do executivo que promete fazer leis, está te enganando. Alguém que promete atuar como se fosse um juiz para julgar o que está feito, está te enganando. Assuma esse compromisso de conhecer os candidatos nos quais pretende votar. Pesquise um pouco, converse com as pessoas, busque boas informações. Terceiro: não se deixe convencer pela propaganda de um partido ou de um candidato que faz uso do discurso violento contra o outro e que não apresenta as próprias credenciais. Quero dizer: ao invés de apresentar credenciais, o discurso da pessoa ou do partido é sempre de ataque ao outro, criminalizando ou demonizando o outro. Não acredite nesse tipo de discurso nem do ponto de vista partidário nem do ponto de vista individual! Em termos individuais, considere qual é a vida da pessoa, o seu passado e os seus compromissos e, sob o ponto de vista partidário, quais compromissos aquele partido tem como, por exemplo, esses deputados votaram na última legislatura em relação a pontos cruciais. E fundamental: vote com consciência, não manipulado por ninguém. Vote com autonomia. Não se deixe manipular pelo poder econômico, por discursos religiosos de quem você não confia e de quem usa o nome de Deus em vão para auferir resultado. Finalmente: acompanhe aqueles que são eleitos, porque na próxima eleição você só vai votar nessa pessoa novamente se souber o que ele fez durante todo o mandato. Isso serve para o chefe do Executivo (prefeito, governador e presidente) e para o Poder Legislativo (vereadores, deputados estudais, deputados federais e senadores). A política e a participação política exigem um esforço do cidadão em conhecer aquele em que está votando, o espectro de ação do partido no qual está votando e acompanhar os eleitos. Acho que seguindo um pouco essas regrinhas, conseguimos melhorar o grau de representação do Legislativo e eleger bons candidatos para o Poder Executivo.