Promovido pela 6ª Semana Social Brasileira (SSB), o encontro reúne cerca de 70 lideranças dos organismos, pastorais e movimentos de todo o país com o objetivo de reafirmar a luta “por Terra, Teto e Trabalho”, como indica o tema central. “A construção do Brasil que queremos pede a nossa dedicação cotidiana. Vamos neste caminho de serviço aos pobres e excluídos, edificando um país no horizonte e da amizade social”, ressaltou o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo

Abertura do Seminário da 6ª Semana Social Brasileira, com o tema "O Brasil que temos" | Foto: Arquivo 6ªSSB

Por padre Tiago Barbosa | Especial 6ª Semana Social Brasileira

Com a celebração do ofício divino de comunidades, lideranças dos organismos, pastorais e movimentos de todo o país, iniciaram na tarde de ontem, dia 2 de agosto, o Seminário Nacional “O Brasil que temos”. Na mística de abertura, os participantes refletiram o primeiro “t” da tríade que motiva a dinamização da 6ª Semana Social Brasileira (SSB), a saber, Terra, Teto e Trabalho. Na oportunidade, relatos da “Missão Maranhão”, ocorrida no último mês de junho, apresentou as violências contra o direito das famílias à terra e à dignidade humana.

Como parte do processo da 6ª SSB, o evento, que acontece no Centro Cultural de Brasília (CCB), no Distrito Federal, prepara o Projeto Popular “O Brasil que queremos: o bem viver dos povos” a partir das reflexões e trabalhos exercidos nos mutirões dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O “Mutirão pela vida: por Terra, Teto e Trabalho” foi o tema que orientou as reflexões, encontros, ações e mutirões nos regionais da CNBB desde 2022 e até amanhã, dia 4, os agentes das pastorais sociais dialogam sobre a conjuntura nacional e projetam atitudes de superação das desigualdades, das violações dos direitos humanos e da natureza na dimensão dos “três t’s” (Terra, Teto e Trabalho), que orientam toda a mobilização.

“A construção do Brasil que queremos pede a nossa dedicação cotidiana. Vamos neste caminho de serviço aos pobres e excluídos, edificando um país no horizonte e da amizade social”, destacou o arcebispo de Belo Horizonte (BH) e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo que, em vídeo, manifestou sua gratidão aos participantes pelos trabalhos realizados nas comunidades.

Na abertura do evento, Dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB e bispo da Diocese de Brejo (MA), à luz do tema, afirmou que o “Brasil que temos é um país de homens e mulheres que sonham diferente da realidade vivida e, em mutirão, alimentam a esperança de que um mundo novo é possível. É a partir de nós, de nosso empenho, que construiremos com esperança o Brasil que queremos!”.

“Reencontro, esperança e alegria são as palavras que nos movimentam e nos fazem viver um tempo de semeadura em meios aos desafios da sociedade”, comentou Ormezita Barbosa, coordenadora nacional do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), ao ressaltar o entusiasmo dos agentes no primeiro encontro presencial após as articulações realizadas de forma on-line pela coordenação executiva da 6ª SBB nos últimos anos devido à pandemia.

O primeiro dia do Seminário foi marcado pela apresentação das atividades motivadas pelas coordenações da 6ª SSB, e das pastorais sociais numa perspectiva de conjunto, nos regionais da CNBB. “A reflexão é fundamental em nosso processo, mas a sistematização do projeto social para o bem viver dos povos é muito importante para o nosso trabalho eclesial de inclusão dos movimentos e projetos populares”, reiterou Alessandra Miranda, secretária executiva da 6ª SSB, que também demonstrou sua preocupação com os territórios que, durante o período pandêmico, não tiveram acesso à internet de qualidade, o que prejudicou o acompanhamento dos processos propostos pela coordenação nacional.

COMUNHÃO

Em nome das pastorais sociais dos regionais da CNBB que, desde 2020, propagam os ideais do “Mutirão pela vida”, Cátia Mara Moreira Cardoso, do Regional Nordesde 3 (BA-SE) destacou que as lideranças pastorais reunidas em Seminário desejam “superar os desafios e enraizar as reflexões da 6ª SSB, garantindo a sistematização de escuta para que, do Brasil que temos, cheguemos ao país que queremos”. Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Episcopal, também esteve no CCB e falou às lideranças: “venho aqui para expressar o quanto a CNBB está unida e apoia a 6ª SSB. Continuemos juntos nos diversos sonhos, numa grande rede para a formação de um novo mundo