Por Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales (SP)*

Dom Reginaldo Andrietta, bispo diocesano de Jales (SP), membro da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora e Referencial da CNBB para a Pastoral Operária Nacional | Foto: Arquivo 6ªSSB

A missão que Cristo conferiu a seus discípulos de serem “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-16), nos inspira como Igreja que atua no mundo do trabalho, a exemplo da Pastoral Operária, da Juventude Operária Católica e do Movimento de Trabalhadores Cristãos, a nos manifestarmos, por ocasião do Dia 1º de Maio, solidários à justa reivindicação da classe trabalhadora e de outros setores socialmente excluídos do Brasil, pela universalização de direitos.

Há cerca de 150 anos, trabalhadores e trabalhadoras de muitos países, motivados por defender seus direitos e sua dignidade, passaram a lutar por reduzir para oito horas a jornada diária de trabalho, que, na época, chegava a 16 horas. O 1º de Maio é um símbolo dessa e de outras lutas que garantiram a conquista de muitos direitos e beneficiaram a sociedade no seu todo. Fruto dessas lutas, a democracia no Brasil avançou e recuperou-se quando foi cerceada.

Os últimos anos foram de cerceamento, comprovado pelo congelamento de investimentos sociais por 20 anos; pela reforma trabalhista que precarizou as condições de trabalho; pela privatização de empresas estatais; pelo favorecimento de grandes grupos econômicos, sobretudo transnacionais; pela canalização excessiva de recursos a bancos nacionais e estrangeiros para pagamento de dívidas públicas; pela alta taxa de juros e muitos outros fatores.

Essas e outras situações desafiam a classe trabalhadora deste país, a agir de forma unitária. As comemorações do 1° de maio são oportunas, portanto, para unificar ainda mais suas ações, visando, prioritariamente, hoje, revisar os critérios de pagamento da dívida pública, o congelamento de gastos sociais e as últimas reformas trabalhistas; estancar as privatizações e implementar políticas de geração de emprego em condições dignas, especialmente para a juventude.

O “Comitê Trabalho” da Comissão Sociotransformadora da CNBB, com suas “Reflexões para o 1° de Maio”, e a Pastoral Operária Nacional, com sua cartilha de encontros, à luz do tema “Direito ao trabalho e trabalho com direitos”, oferecem conteúdos de reflexão aos organismos eclesiais e sociais que celebrarão o 1° de Maio, com o intuito de colaborar para fortalecer a histórica luta dos trabalhadores e das trabalhadoras em defesa de seus direitos e sua dignidade.

Jales, 28 de abril de 2023.

*Dom Reginaldo Andrietta, é Bispo Diocesano de Jales (SP), membro da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora e Referencial da CNBB para a Pastoral Operária Nacional

Cartilha de encontros

Acesse o subsídio de reflexão oferecida pela Pastoral Operária.  O material apresenta três encontros https://ssb.org.br/app/uploads/2023/04/Cartilha-1-de-maio.pdf

Tema 1 - Direito ao trabalho

Tema 2 - Trabalho com direitos

Tema 3 - Trabalho digno, sim! Trabalho escravo, não!

Reflexões para o dia 1ª de maio

O Grupo de Trabalho, para a temática Trabalho, da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast-CNBB), disponibiliza o subsídio para a reflexão sobre o Dia Mundial do Trabalho. Os temas abordados são:

O direito ao trabalho;

Memória do 1º de maio;

Desafios do mundo do trabalho;

Juventude trabalhadora;

Acesso ao trabalho;

Dimensão cristã do trabalho;

Considerações para a ações e defesa do trabalho digno.      

Acesse aqui o conteúdo completo: https://ssb.org.br/app/uploads/2023/04/Reflexoes-para-o-1-de-maio.pdf